Atividade física
Nesse contexto, a Educação FĂsica surge como uma ferramenta essencial atuando de forma complementar aos tratamentos tradicionais e ajudando a promover a recuperação de maneira mais eficaz.
A relação entre o corpo e a mente nunca foi tão evidente quanto agora. Estudos recentes comprovam que a prĂĄtica regular de atividades fĂsicas tem um impacto direto na saĂșde mental, contribuindo para a redução dos sintomas de ansiedade, depressão e, principalmente, no controle do estresse, condições que muitas vezes estão associadas à dependĂȘncia de substâncias. Um estudo publicado no Journal of Affective Disorders, realizado por pesquisadores do Instituto Israelita Ensino & Pesquisa de São Paulo, do Hospital Israelita Albert Einstein, e da Universidade Nove de Julho, apontou que manter uma rotina de atividade fĂsica, mesmo em nĂvel leve, pode ser benéfico para a saĂșde mental e para combater sintomas de depressão. Além disso, a liberação de endorfinas durante a atividade fĂsica ajuda a gerar sensação de bem-estar, substituindo parcialmente os efeitos temporĂĄrios do uso de substâncias.
Fernanda Martins*, profissional de Educação FĂsica, nos diz que durante longos anos de atuação na ĂĄrea com a utilização de métodos multidisciplinares, seja em hospital psiquiĂĄtrico ou Centros de Atenção Psicossocial (CAPs) de São Paulo, pode observar o impacto transformador da Educação FĂsica nos pacientes que lutam contra a dependĂȘncia quĂmica. A inclusão de esportes e atividades fĂsicas nos programas de tratamento oferece aos pacientes uma alternativa saudĂĄvel para lidar com os desafios emocionais e psicológicos. O exercĂcio promove a melhoria do humor, aumenta a autoestima e ajuda na reintegração social, ao mesmo tempo em que contribui para o controle dos impulsos e a prevenção da recaĂda.
Estudos também indicam que, além dos benefĂcios psicológicos, a prĂĄtica inserida no tratamento de dependĂȘncia quĂmica melhora a qualidade do sono, um dos aspectos frequentemente comprometidos em pessoas com transtornos relacionados ao uso de substâncias.
Outro aspecto importante é a criação de um ambiente socializador e de pertencimento. Muitas vezes, a dependĂȘncia quĂmica isola o indivĂduo, afastando-o de suas relações interpessoais e aumentando o estigma em torno de sua condição. A Educação FĂsica, ao promover atividades em grupo, estimula a interação social, criando um espaço de empatia e apoio mĂștuo. Isso tem um efeito poderoso no processo de recuperação, pois a pessoa se sente acolhida e parte de um grupo que compreende seus desafios.
Fonte: Douglas Souza sistemas comuniquese2.com.br